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20 de setembro de 2025

Borracha azul que todos tivemos afinal não servia para apagar caneta

Se estudaste nos anos 90 ou 2000, provavelmente tiveste no estojo aquela borracha meio estranha: metade vermelha (ou branca), metade azul. E todos nós ouvíamos o mesmo rumor: “a parte azul apaga caneta”. Mas será que era verdade? 

 Spoiler: não. A história é bem mais curiosa e até enganou uma geração inteira de estudantes. 

O mito da borracha azul 


Na escola, quase toda a gente acreditava que aquela parte mais rígida, azulada e quase áspera, tinha sido inventada para apagar tinta de esferográfica. Afinal, fazia sentido: se a parte branca apagava lápis, a azul teria de ser para caneta. E claro, quem nunca tentou? Muitos de nós esfregámos folhas de caderno até as furar, sempre à espera de ver a tinta desaparecer. Mas o resultado era invariavelmente o mesmo: papel rasgado e desilusão. 

A verdadeira função 

A parte azul nunca foi feita para apagar tinta. Na verdade, a sua função era bem mais técnica: apagar lápis em papéis de maior gramagem (ou seja, mais grossos). Enquanto a parte vermelha/branca servia para papel comum (cadernos, folhas de teste, etc.), A parte azul era mais dura e abrasiva, ideal para superfícies como cartolina, papel de desenho ou até papel vegetal. O problema? Os fabricantes nunca explicaram isto de forma clara, e o mito da “borracha para caneta” espalhou-se como verdade absoluta. 

Mas porque é que ela até parecia apagar caneta às vezes? 

Aqui está a parte interessante: em alguns casos, quando a borracha azul era usada em canetas de tinta mais fraca (ou em papéis mais grossos), ela não apagava a tinta, arrancava fibras do papel. Ou seja, o que desaparecia não era a tinta, mas o pedaço de papel onde a tinta estava. Daí a sensação de que “funcionava” de vez em quando. 

Um ícone escolar de várias gerações 

Mesmo sem cumprir a “função secreta” que todos acreditavam, a borracha azul ganhou estatuto de ícone: Esteve presente em estojo atrás de estojo, desde os anos 80 até hoje. Tornou-se até uma espécie de piada entre estudantes: “a borracha que apaga caneta… mas só no planeta dos sonhos”. E ainda hoje é vendida em papelarias, mesmo que a maioria já saiba a verdade.

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