Spoiler: não. A história é bem mais curiosa e até enganou uma geração inteira
de estudantes.
O mito da borracha azul
Na escola, quase toda a gente
acreditava que aquela parte mais rígida, azulada e quase áspera, tinha sido
inventada para apagar tinta de esferográfica. Afinal, fazia sentido: se a
parte branca apagava lápis, a azul teria de ser para caneta. E claro, quem
nunca tentou? Muitos de nós esfregámos folhas de caderno até as furar, sempre
à espera de ver a tinta desaparecer. Mas o resultado era invariavelmente o
mesmo: papel rasgado e desilusão.
A verdadeira função
A parte azul nunca foi
feita para apagar tinta. Na verdade, a sua função era bem mais técnica: apagar
lápis em papéis de maior gramagem (ou seja, mais grossos). Enquanto a parte
vermelha/branca servia para papel comum (cadernos, folhas de teste, etc.), A
parte azul era mais dura e abrasiva, ideal para superfícies como cartolina,
papel de desenho ou até papel vegetal. O problema? Os fabricantes nunca
explicaram isto de forma clara, e o mito da “borracha para caneta” espalhou-se
como verdade absoluta.
Mas porque é que ela até parecia apagar caneta às vezes?
Aqui está a parte interessante: em alguns casos, quando a borracha azul
era usada em canetas de tinta mais fraca (ou em papéis mais grossos), ela não
apagava a tinta, arrancava fibras do papel. Ou seja, o que desaparecia não era
a tinta, mas o pedaço de papel onde a tinta estava. Daí a sensação de que
“funcionava” de vez em quando.
Um ícone escolar de várias gerações
Mesmo sem
cumprir a “função secreta” que todos acreditavam, a borracha azul ganhou
estatuto de ícone: Esteve presente em estojo atrás de estojo, desde os anos 80
até hoje. Tornou-se até uma espécie de piada entre estudantes: “a borracha que
apaga caneta… mas só no planeta dos sonhos”.
E ainda hoje é vendida em papelarias, mesmo que a maioria já saiba a verdade.