O presidente brasileiro denunciou esta terça-feira "um ataque sem precedentes" ao poder judicial brasileiro por parte da Administração dos EUA após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump. Perante a Assembleia Geral das Nações Unidas, Lula da Silva afirmou que a "agressão contra o poder judiciário é inaceitável".
Num discurso em que cumpriu a longa tradição do Brasil abrir o debate geral da Assembleia Geral da ONU, Lula condenou ainda "falsos patriotas" e a possibilidade de amnistia a quem ataca a democracia.
Garantiu também que a democracia e a soberania brasileiras são "inegociáveis".
O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, foi condenado no dia 11 de setembro a 27 anos e três meses de prisão, por atentar contra o Estado de Direito. A Administração Trump condenou a sentença e retaliou, negando vistos de entrada a figuras ligadas ao poder judicial do Brasil.
"Mesmo sob ataque sem precedentes, o Brasil optou por resistir e defender sua democracia reconquistada há 40 anos pelo seu povo depois de duas décadas de governos ditatoriais", disse Lula da Silva.
Numa alusão direta ao comportamento dos Estados Unidos durante o julgamento, o presidente brasileiro sublinhou que "não há justificativa para as medidas unilaterais e arbitrárias" contra as instituições e economia brasileiras.
As relações entre Brasil e Estados Unidos da América atravessam a pior fase das últimas décadas.
A Administração Trump anunciou segunda-feira a revogação do visto americano do advogado-geral da União, Jorge Messias, e uma sanção financeira a Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro do Supremo Tribunal do Brasil, Alexandre de Moraes.
Os bens da brasileira nos EUA ficaram assim congelados, assim como os de qualquer empresa a ela ligada.