quarta-feira, 18 de maio de 2011

HISTÓRIA DA BÍBLIA - Parte 3

Costumes do Povo da Bíblia
Cada país tem sua própria história, suas raízes, libertadores, suas festas e costumes. Até a situação geográfica tem um papel importante no desenvolvimento cultural de cada povo, as quais dão suas características particulares.
Na Bíblia também encontraremos toda esta bagagem de costumes, na vida da família, educação, relacionamentos sociais, trabalho etc
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RELAÇÕES FAMILIARES
Nômades e Sedentários:

Nos primeiros tempos do Antigo Testamento, antes da estada no Egito, o povo vivia em tendas. Abraão tinha deixado a vida citadina, sedentária e civilizada de Ur, unto ao longínquo Eufrates, para obedecer ao chamado de Deus. Passou o resto da vida, pelo menos de tempos em tempos, em movimentos migratórios.
O ritmo diário não variava muito, o padrão de básico de vida familiar mudou pouco no decorrer de muitos séculos. As pessoas moravam perto de suas terras, cada família cultivava a sua pequena propriedade. Sempre havia alguns animais para cuidar. Além disso, havia os trabalhos de limpeza da casa, a preparação do pão, a fiação, a tecelagem, o tingimento, sem contar as atividades agrícolas.

As relações familiares:
A vida familiar foi adquirindo mas importância com o passar dos séculos. Quando os clãs começaram a estabelecer-se em casas permanentes, a unidade familiar normal tornou-se menor.
A Vida na Família:
A "família" da época de Abraão era semelhante a o que aqueles que vivem em unidades familiares maiores chamam de "Família Patriarcal". Não incluía apenas os pais e os filhos, mas também os avós, os tios e tias, os primos, os servos. Podia abranger considerável número de indivíduos. Abraão conseguiu reunir 318 combatentes da sua família para libertar Ló das mãos dos reis invasores (Gn 14,14).
Neste tipo de grupo familiar o avô tinha autoridade total não só em questões práticas, mas também no campo religioso. Quando morria, o sucessor era o filho mas velho, por direito de nascença.
O Deus de Abraão era o Deus deles, ainda que nem sempre imitassem a sua grande fé. Deus fizera uma promessa a Abraão e a repetira a Isaac e Jacó. Ele seria o seu Deus, cuidaria deles e os protegeria. De parte deles, deveriam viver de acordo com as normas de Deus.
Estas normas foram pormenorizadas para a geração posterior, quando Deus deu os mandamentos a Moisés no monte Sinai. Assim, desde o inicio a vida normal em Israel estava ligada à vida religiosa. Vida e religião era uma coisa só, que não podia ser separada. Tudo o que a família fazia estava baseado nas leis de Deus. Tinham que fazer a paz entre si e oferecer sacrifício para reconciliar-se com Deus (Lv 6 1-6).

O Pai:
Dentro desta unidade familiar menor, o pai continuou a deter a autoridade absoluta. Se quisesse, poderia até vender a filha como escrava. Nos primeiros tempos do Antigo Testamento podia mesmo condenar a morte os filhos desobedientes.
Podia divorciar-se da esposa sem qualquer motivo e sem preocupar-se com o sustento dela. Podia arranjar o casamento dos filhos.

A Mulher:

A mulher era "propriedade do marido" a quem considerava como seu patrão. Esta atitude pode ser encontrada até na época do Novo Testamento. Apesar de as mulheres executarem a maior parte do trabalho pesado, ocupavam posição inferior, tanto na família, como na sociedade. Mas a Lei protegia a mulher divorciada e os filhos eram ensinados a respeitá-la.
Pais e Filhos:
Religião e vida familiar já estavam ligadas entre si pela própria maneira como os pais educavam os filhos, os quais eram estimulados a fazer perguntas para conhecer sua religião e sua história (Ex. 13,14).
Os lugares onde Deus fizera algo especial para o seu povo eram marcados com grandes blocos de pedra. Quando os filhos perguntavam o que significavam tais pedras, os pais deviam explicar (Js 4, 5-7). O dia semanal de Repouso (o sábado) também servia para lembrar e adorar a Deus (Ex. 31, 15-17). Nos tempos mais antigos, pais e filhos visitavam o santuário local, onde ofereciam sacrifícios e ouviam o ensinamento do sacerdote.
Na época do Novo Testamento o sábado começava na tarde de sexta-feira com a melhor refeição da semana. Depois seguia-se a visita à casa de reunião (sinagoga), para ouvir a explicação da Lei, dada por um doutor (escriba ou rabi). Os pais ensinavam as leis de Deus aos seus filhos. Estes também aprendiam de cor outras partes da Bíblia.

Respeito e Disciplina:
O livro Bíblico que fala mais livre e direitamente sobre as relações familiares é o dos Provérbios. Para o seu próprio bem, os filhos devem respeitar os pais e escutar seus ensinamentos e conselhos.
Os pais, que realmente amam os filhos, devem discipliná-los e corrigi-los, especialmente quando ainda são jovens.
O Novo Testamento continua na mesma linha. É um dever cristão dos filhos obedecer a seus pais, e dos pais educar os filhos na disciplina e na doutrina cristã.

Herança:

Normalmente só os filhos homens podiam ser herdeiros. O filho mas velho gozava de privilégios especial: tinha direito ao dobro da herança dos bens do pai, em relação aos outros filhos. As filhas só herdavam se não tivessem irmãos. Na falta de filhos a herança passava ao parente masculino mais próximo.
Festas:
O significado das grandes festas religiosas era claramente ilustrado por cerimônias especiais. Na Páscoa, por exemplo, o filho mais velho perguntava ao pai: "Por que celebramos este rito?" E o pai explicava a sua origem e significado, conforme tinha aprendido. Além da Páscoa, havia o dia da expiação e a festa da colheita (ou tabernáculos: tendas / ocas) em que todos ficavam em tendas de ramos de árvores, para lembrar como viviam seus antepassados no deserto.
Na fase tardia da história de Israel as crianças representavam a história deste povo na festa do Purim (ou da sorte). Todas as festas eram tão cheias de vida e ação que os filhos eram espontaneamente induzidos a perguntar sobre o seu significado. Desta maneira aprendiam a história da sua nação como povo de Deus.

Educação:

Na época do Antigo Testamento não havia escolas propriamente ditas. Os filhos eram ensinados na família, primeiro pela mãe e depois pelo pai. Além da religião e da história, que eram aprendidas e memorizadas através de narrações e por meio das perguntas e respostas, as meninas aprendiam da mãe atividades domésticas, como assar o pão, fiar e tecer, em quanto os rapazes aprendiam do pai alguma profissão manual.

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